A NASA selecionou três propostas para o seu programa "Missões de Demonstração Tecnológica".
Os projetos são voltados para a comunicação espacial, propulsão sem combustível, usando velas solares, e um relógio atômico para melhorar a navegação espacial.
Os três projetos agora vão para a etapa de construção e preparação para o lançamento ao espaço.
Comunicação espacial a laserO projeto LCRD (Laser Communications Relay Demonstration) consistirá em uma demonstração confiável, segura e barata de uma tecnologia de comunicação óptica que possa ser inserida em outras missões, tanto nas proximidades da Terra quanto no espaço profundo.
As comunicações ópticas - também conhecidas como comunicação a laser, ou lasercom - pretendem aumentar a largura de banda disponível para as futuras missões comunicarem-se com a Terra.
Um equipamento desses fornecerá taxas de transferência de dados significativamente superiores aos sistemas de rádio usados hoje, usando um equipamento com praticamente a mesma massa, volume e potência.
Por exemplo, a sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) leva 90 minutos para transmitir uma única foto de Marte em alta resolução. Com um sistema a laser, com capacidade de 100 Mbps ou mais, essa mesma foto chegaria à Terra em cerca de 5 minutos.
Nave a vela solarA comunicação espacial a laser também permitirá o estabelecimento de uma "presença virtual" no espaço, em outro planeta ou em um outro corpo do Sistema Solar.
A empresa L'Garde Inc. ficará responsável por construir uma sonda espacial sem combustível, movida unicamente por uma vela solar.
Até agora, os experimentos com velas solares concentraram-se quase unicamente no próprio sistema de propulsão, sem uma carga científica útil. O experimento mais avançado nessa área é o veleiro espacial Ikaros, da Agência Espacial Japonesa (JAXA).
O veleiro espacial terá uma vela solar de 38 metros quadrados.
Outro projeto é usar as velas solares para manter a altitude de estações espaciais. Hoje, a Estação Espacial Internacional depende de combustível para ajustar sua altitude periodicamente - e esse combustível deve ser levado para lá por foguetes.A NASA planeja usar a tecnologia para tirar de órbita satélites artificiais que chegaram ao fim da vida útil e lixo espacial.
Uma vela solar também permitiria o lançamento de satélites "geopolares", que poderiam observar os pólos da Terra - ou de planetas próximos - continuamente, com grandes vantagens sobre os satélites geoestacionários atuais.
Uma sonda espacial situada nos pontos de Lagrange poderia usar suas velas solares para ajustar continuamente sua posição em relação à Terra e ao Sol, melhorando o tempo de alerta das tempestades solares em até 45 minutos.
Finalmente, as velas solares tornarão mais baratas e mais simples as missões a planetas mais distantes e até mais longe.
Relógio atômico espacialO Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) ficará incumbido de construir um relógio atômico miniaturizado, que fornecerá a precisão e a estabilidade necessárias para uma navegação espacial mais precisa.
Futuros satélites de GPS com seus próprios relógios atômicos terão uma precisão elevada em mais de 100 vezes.
O DASC (Deep Space Atomic Clock) usará a tecnologia de íons de mercúrio.
Um relógio atômico no espaço aumentará a resolução dos dados de navegação por um fator de dois ou três, permitindo um rastreamento muito mais preciso das naves pelas estações em terra.
Além da navegação, a melhoria na quantidade e na qualidade dos dados melhorará em até 10 vezes a coleta de dados gravitacionais e as observações científicas de ocultação, usadas para descobrir e estudar planetas extra-solares (ou exoplanetas).
A disponibilidade de um relógio atômico a bordo significará que as sondas e naves espaciais não precisarão ficar repassando suas posições a cada instrução enviada da Terra - ou seja, o controle de navegação poderá ser feito com uma única via de comunicação.
Voltando ao exemplo da sonda MRO, hoje o link de comunicação com a Terra é compartilhada entre navegação e dados científicos. Com um relógio atômico, uma sonda similar teria o canal de downlink exclusivamente para a ciência.
Segundo a NASA, só a redução do tempo de uso das antenas terrestres representaria uma economia de US$11 milhões para a missão.
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